quinta-feira, 18 de setembro de 2008

“A MÃO DE OBRA NEGRA NO SÉCULO XIX"















O elemento negro, raptado na África, foi trazido para o Brasil para trabalhar exploradamente, isto é um fato. Consequência do modo de produção que surgiu com o mercantilismo e a expansão do capitalismo, sendo um dos elementos constituintes básicos da acumulação primitiva do capital.
Calcula-se que cerca de dez milhões de africanos foram transplantados para várias partes do mundo. Sendo que só no Brasil foram 4 milhões da época colonial até a abolição da escravidão, e de seu trabalho como mão-de-obra não assalariada nosso país foi reconhecido mundialmente como o maior produtor de açúcar, de ouro e por fim de café, respectivamente.
A primeira introdução africana que se tem notícia data de 1761, segundo César Marques.
Exerciam funções das mais variadas origens eram, também, carregadores. Carregavam as cadeirinhas onde os brancos iam sentados, baús, caixas, caixotes, sacas de café, os barris com água ou dejetos dos brancos, etc.Encontravam-se na minas, na extração de pedras preciosas e ouro.Havia diversos tipos de escravizados. De propriedade do senhor ou alugados. Empregados no eito ou nos serviços domésticos. Havia os escravizados “ao ganho”, aqueles que o senhor punha a realizar determinado serviço para fazer algum dinheiro. Os que trabalhavam nas cidades, exercendo diversos ofícios, podiam ser libertos, mas podiam ser também escravizados “ao ganho”. Ou escravas, que tanto podiam vender quitutes como serem prostituídas, para proveito de seu senhor ou senhora. As profissões exercidas por negras e negros de ganho eram de: carregadores, moços de recado, fabricantes e vendedores de cestos, vendedores de aves, serradores de tábuas, caçadores, vendedores de milho, de leite, transportes de cana de corte, calçadores de rua, etc. As mulheres negras eram vendedoras de angu, sonhos, refrescos, pães-de-ló, quitandeiras e lavadeiras.
Enquanto esperavam que alugasse os seus serviços, trançavam chapéus e esteiras, vassouras de piaçava, enfiavam rosários de coquinhos, faziam correntes de arame para prender papagaios, pulseiras de couro e assim conseguiam algum dinheiro que juntavam para comprar sua alforria
As duas modalidades apresentadas – negros(as) de ganho e negros(as) de aluguel – diferem uma da outra, conforme argumentos contundentes do Professor/Mestre Clóvis Moura e seguindo seus ensinamentos entende-se que nas relações de trabalho, nos dias atuais, encontram-se similitudes com o século XIX.

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